domingo, 20 de abril de 2008

Desvio. É tão fácil de acontecer, quase espontâneo. Um dia estou lá: acordo cedo, com preguiça de tantas coisas nas próximas horas, banho, secador, ônibus lotado e tem mais. Fico submersa, afogada pelo cotidiano. A rotina não me dá tempo pra sorrir, nem reparar. Mas sem querer, de repente eu reparo. Bastam alguns segundos de fuga insensata para que eu seja tragada pela superfície. Agora tenho ar, mas ar demais me deixa com a cabeça cheia de pensamentos e perguntas muitas. E é quando a palavra me chega e me foge, o sentimento invade.
O mundo é todo brisa e tempestade. A imprecisão se instala e eu tento criar distância e ao mesmo tempo proximidade, por que te ver é bom, mas só na maior parte do tempo. Afasto-me em silêncio, só para notar, surpresa, que andei em círculos e que você está outra vez a centímetros. E tão, tão longe. É como se você soubesse das minhas músicas.
Em sonhos, sou só alegria. É em apertos de mão inocentes e em olhares que se tocam por segundo que existe. Fora isso é vácuo. Não quero falar sobre quem não sou para me fazer entender, isso prometi para mim. Nem explicar metáforas.

Um comentário:

Flávio Morais (flavioapu) disse...

Outro texto que me deixou um tanto curioso. Nesse texto tem algo subjetivamente relacionado ao amor, mas por que pouco antes dele tem o "desvio"?

Sobre o fato do ar de enxer de pensamentos e perguntas, um negócio que eu aprendi por mim mesmo, faz mais sentido do que o óbvio com o que parece. Aprendi que para encontrar respostas deve-se fazer perguntas e mais perguntas e para ouvir as respostas deve-se fazer silêncio. É possível falar mais coisa, só que basicamente a teoria é essa.

No mais, ficou show!
Beijos